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ABUSO DE TELAS: como saber se há excesso de consumo?

  • Luciano
  • 23 de abr.
  • 3 min de leitura


PREZADOS(AS) EDUCADORES(AS),


Vivemos um tempo desafiador e, ao mesmo tempo, repleto de possibilidades. A tecnologia, sem dúvida, é uma grande aliada da educação, mas seu uso desenfreado tem mostrado consequências que não podemos mais ignorar.


O excesso do consumo de telas entre crianças, adolescentes e, muitas vezes, adultos da comunidade escolar tem gerado impactos significativos na saúde física, mental e emocional das pessoas. E é nosso dever, como educadores, refletir e agir com consciência sobre essa realidade.


NAS ESCOLAS, os reflexos do abuso de telas têm se manifestado de forma silenciosa, mas alarmante. Michel Desmurget, escritor e pesquisador em neurociência, e o psicólogo social Jonathan Haidt são enfáticos em suas obras ao indicar que alterações no sono, sedentarismo, dores musculares, ansiedade, irritabilidade e dificuldades de atenção e concentração estão entre os efeitos mais comuns.


Crianças pequenas, privadas de interações humanas reais e de brincadeiras ao ar

livre, têm demonstrado atrasos no desenvolvimento da linguagem e nas habilidades

socioemocionais. Adolescentes, por sua vez, cada vez mais imersos em redes

sociais, enfrentam um bombardeio de estímulos que muitas vezes os afasta de si

mesmos e dos outros. Ainda segundo os autores, no contexto acadêmico, o impacto

é direto: dificuldade de foco, queda no rendimento escolar, desmotivação para os

estudos e aumento nos índices de evasão.


COMO SABER SE O TEMPO DETELA ESTÁ MESMO EM EXCESSO?


Essa é uma pergunta importante e, para respondê-la, precisamos ser realistas.

Não se trata de demonizar a tecnologia, mas de usá-la com sabedoria. A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que crianças de até 2 anos não tenham acesso a telas. Entre 2 e 5 anos, o limite sugerido é de até 1 hora por dia, com supervisão. Entre 6 e 10 anos, entre uma a duas horas por dia. Dos 11 aos 18, entre duas e três horas diárias.


O ideal é equilibrar o tempo de tela com outras atividades: brincadeiras, esportes, sono de qualidade, refeições em família e, sobretudo, momentos de interação humana verdadeira. Para adolescentes e adultos, o número de horas pode variar, mas um sinal de alerta deve surgir quando o uso de telas começa a interferir no sono, nos relacionamentos, no rendimento escolar ou profissional, ou quando há sinais de irritação ao ficar off-line.


Para professores, que muitas vezes precisam usar dispositivos eletrônicos em sua prática pedagógica, o desafio é encontrar pausas conscientes, buscar atividades de descanso digital e lembrar que o equilíbrio também precisa ser cultivado em suas próprias vidas. Nesse sentido, a restrição do uso do celular na escola foi um grande avanço.


Cabe à instituição estar atenta.


Professores e diretores são observadores privilegiados do comportamento dos alunos e podem identificar sinais de alerta: queda no desempenho, apatia, dificuldades de socialização, excesso de sono ou cansaço constante. Ao notar tais sintomas, a escuta sensível, o diálogo com as famílias e, quando necessário, o encaminhamento para apoio especializado são ações fundamentais.


Indicar uma criança ou adolescente para um tratamento psicológico ou mesmo para um uso mais parcimonioso de telas não deve jamais ter tom acusatório. E sim de acolhimento e cuidado.


ATÉ ONDE VAI O PAPEL DA ESCOLA?


A escola não pode, e nem deve, assumir sozinha essa responsabilidade de

construir um uso sadio, responsável e eficaz das telas. Mas ajudará muito se

promover campanhas de conscientização, rodas de conversa, oficinas com

pais e alunos, projetos interdisciplinares sobre saúde digital e práticas que

valorizem o autocuidado e o uso consciente da tecnologia.

Quando escola e família caminham juntas, temos mais chances de formar

alunos preparados não apenas para os desafios do mundo digital, mas

também para a construção de uma vida com sentido, propósito e bem-estar.

E isso vale também para o corpo docente.


Educadores


Estabelecer limites no uso de telas fora do horário escolar, praticar momentos de desconexão, investir em autocuidado e manter hábitos saudáveis são atitudes essenciais para mantermos nossa saúde mental em tempos tão acelerados. Isso vale para todos que convivem no contexto da escola: alunos, familiares, educadores e demais funcionários.


A tecnologia deve ser uma ferramenta a nosso favor. E não podemos permitir que ela sequestre nosso tempo, nossas relações, nossa inteligência. Que possamos juntos preservar a escola como um espaço de aprendizado da vida, para avida, com vida. Isso se faz com reflexão, equilíbrio e humanidade.


Com admiração e esperança, Leo Fraiman.

 
 
 

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